domingo, 27 de maio de 2012

Por que devemos dar dízimos?


Esta pergunta está no coração de praticamente todos os cristãos, tanto católicos como evangélicos.

É também objeto de questionamento daqueles que não fazem parte de nenhuma denominação religiosa, ou até mesmo daqueles que dizem acreditar em Deus, mas zombam do evangelho de Cristo.

A palavra dízimo, ao qual estamos nos referindo aparece diversas vezes na Bíblia, e significa literalmente (10%) dez por cento.

Se quisermos uma resposta espiritual para assuntos espirituais, devemos buscar nas escrituras sagradas as respostas para as nossas dúvidas.


As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.(1 Coríntios 2:13)

A primeira vez que a palavra dízimo aparece na Bíblia está no seguinte versículo:

E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. (Gênesis 14:20).

Para entendermos este versículo, devemos analisar o contexto desta passagem bíblica:
Ló era sobrinho de Abrão e estava habitando na cidade de Sodoma. Foi levado cativo por quatro reis invasores, que tomaram os seus bens, sua família e também habitantes daquela cidade.
Ao tomar conhecimento deste fato, Abrão reuniu seus servos, num total de trezentos e dezoito homens, e fizeram guerra aos invasores e conseguiu resgatar todos os cativos e também os bens que haviam sido levados pelos inimigos.

No retorno da batalha, Abrão encontra-se com um sacerdote chamado Melquisedeque. Nos versículos a seguir temos algumas informações sobre este personagem:

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo (Gênesis 14:18).
Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou. 
A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; (Hebreus 7:1-2)

Abrão tinha recebido de Deus um chamado e uma promessa:

Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. 
E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra (Gênesis 12:1-3).

Deus prometeu a Abrão que abençoaria todos aqueles que o abençoassem, portanto Melquisedeque ao abençoar Abrão estava recebendo pelas mãos de Abrão, bênçãos que Deus tinha prometido.
Abrão dirigido pelo Espírito Santo de Deus, tomou todos os bens que havia conquistado na batalha, e separou 10% (dez por cento) e deu a Melquisedeque, em cumprimento da palavra recebida de Deus: Abençoar aqueles que o abençoarem (Melquisedeque abençoou Abrão).
Em nenhum outro texto, a Bíblia menciona que Abraão teria ofertado dos seus bens ou tenha contribuído com dez por cento de qualquer valor financeiro ou material, antes ou depois deste acontecimento (o que passa disso, são meras especulações).
Portando podemos concluir até aqui, que o dízimo dado por Abrão ao sacerdote Melquisedeque foi único, e que esta benção era o cumprimento da palavra de Deus, feita exclusivamente a Abrão: abençoar aqueles que o abençoarem. Entendo que este dízimo na verdade, foi entregue por Abrão, para cumprimento da palavra dada pelo próprio Deus.

A segunda citação da palavra dízimo ocorre no seguinte versículo:

E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus; 
E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres certamente te darei o dízimo (Gênesis 28:20-22).

Jacó tinha conhecimento das bençãos prometidas, sendo ele descendente de Abraão, tendo também recebido a benção da primogenitura. Era herdeiro das promessas feitas por Deus a seu avô Abraão, e confirmada a seu pai Isaque.

E aconteceu depois da morte de Abraão, que Deus abençoou a Isaque seu filho; e habitava Isaque junto ao poço Beer-Laai-Rói (Gênesis 25:11).

Vale lembrar que quando Deus fez a promessa a Abraão, não fez nenhuma exigência, nem à sua descendência, portanto quando Deus prometeu as bênçãos, não estabeleceu como condição pagamentos de dízimos.
O que aconteceria mais tarde foi que Abrão, após dar ouvidos ao conselho de sua mulher Sarai, teve um filho com a escrava Agar, por esta duvidar da promessa que Deus fizera a seu esposo.
Depois deste fato, Deus passou a exigir de Abrão a circuncisão, dele próprio e de sua descendência, e até provou sua fé ao pedir que sacrificasse seu filho Isaque, mas mesmo assim não exigiu que Abraão fosse dizimista.

Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado (Gênesis 17:10).

A fama de Jacó, era de ser um homem enganador e usurpador, pois tinha seguido o conselho de sua mãe Rebeca,  ao enganar seu pai Isaque para receber a benção da primogenitura em lugar de seu irmão mais velho Esaú.

Também vale lembrar que Jacó jamais cumpriu esta promessa feita a Deus, pois a Bíblia não relata que ele tenha dado dízimos dos bens que adquiriu com as bençãos de Deus, mesmo tendo prosperado em tudo o que fez a partir daquele dia.

Temos que lembrar que a palavra de Deus nos orienta a termos muito cuidado ao fazer promessas:

Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolo; o que votares, paga-o.
Melhor é que não votes do que votares e não cumprires (Eclesiastes 5:4-5).
Jacó não pagou o dízimo conforme prometera, mas Deus ordenou que a sua descendência pagasse o dízimo, durante todo o tempo em que os israelitas estavam sob a lei dada através de Moisés.
Desnecessário é descrevermos aqui todas as conseqüências sofridas por Jacó e seus descendentes;
Desde a sua permanência na casa de seu sogro Labão, sendo enganado diversas vezes, o sofrimento pelo desaparecimento do seu filho mais amado José, a escravidão do povo hebreu no Egito, o fracasso dos juízes, o fracasso dos reis, a apostasia dos israelitas, a divisão das tribos e a dispersão dos judeus até os dias de hoje.

Tendo ainda este povo rejeitado Jesus Cristo, o Messias prometido, não reconhecendo-o como Rei e Salvador, mas condenando-o a morte e morte de cruz.

Perderam assim, a oportunidade de continuarem a ser o único povo de propriedade exclusiva  de Deus, como bem explicado na parábola de Jesus sobre a Grande ceia: 

Porém, ele lhe disse: Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos.
E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado.
E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado.
E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado.
E outro disse: Casei, e portanto não posso ir.
E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos.
E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar.
E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha.
Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia (
Lucas 14:16-24).


Paulo também diz aos Romanos:

Mas digo: Porventura Israel não o soube? Primeiramente diz Moisés: Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo, Com gente insensata vos provocarei à ira. 
E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que não me buscavam, Fui manifestado aos que por mim não perguntavam. Mas para Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente (Romanos 10:19-21).

O velho testamento está repleto de citações sobre o dízimo, e muitas outras leis que os israelitas não conseguiam cumprir, pois cumpriam alguns preceitos e não cumpriam outros e se tornavam culpado de todos.

Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos (Tiago 2:10-11).
Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada (Gálatas 2:16).
Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.
E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé (Gálatas 3:10-11).

O dízimo faz parte da lei de Moisés, como todas as outras ordenanças dadas exclusivamente para os israelitas, e não para os gentios que somos nós.

Mas e os dez mandamentos, também tem que ser cumprido pelos Cristãos, com a lei do dízimo?

Creio que não! Por quê?

Ora, a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito (Gálatas 3:12-1).

Então quer dizer que os cristãos estão sem lei?

A lei dada a Moisés foi cumprida por Cristo, para que ninguém mais tivesse que viver por ela, pois nem os Judeus conseguiram cumpri-la, exceto Jesus. Mas era necessário que se estabelecesse outra lei, não escrita em tábuas de pedra, nem na circuncisão da carne, não em exigências de dízimos, não em ritos e cerimônias de sacrifícios de animais, não em guarda de sábados ou dias de festas, não em apedrejamento por causa de adultério, não em olho por olho, dente por dente, e outras ordenanças do velho testamento. Porque está escrito:

Mas Cristo não nos deixou sem lei, para que seguíssemos os desejos da nossa carne: Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (João 1:17).

Isto mesmo que está escrito: A lei da graça e da verdade. A graça significa que Deus nos libertou da obrigação da lei de Moisés, para andarmos na verdade com Deus e o próximo.

E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.(Marcos 12:29-31).
A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. 
Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor (Romanos 13:8-10).

Mas então, na lei do amor não temos que dar dízimos? A resposta está nos seguintes versículos:

E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. 
E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de necessidade. (Atos 2:44-45).

Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre (2 Coríntios 9:7-9).

Portanto amados, Deus não proíbe o cristão de dar dízimo por obrigação ou praticar qualquer outra ordenança da lei de Moisés, mas a Bíblia nos diz que quem faz isso,  está caído da graça de Deus.

E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído. (Gálatas 5:3-4).

Se o dízimo fosse tão importante para Deus, como é ensinado nas denominações religiosas, o apóstolo Paulo o teria defendido ardorosamente, mas criticou severamente os que se justificavam pela lei, como fez ao falar da circuncisão, pois esta foi uma ordem dada a Deus diretamente a Abraão:

Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente, ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão. Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão (Romanos 4:9-10).

Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado, todo o homem nas vossas gerações; o nascido na casa, e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua descendência. 

Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; e estará a minha aliança na vossa carne por aliança perpétua (Gênesis 17:10-13).

Por que será que nenhuma denominação religiosa que se declara cristã, não exige a circuncisão? Alegam que a circuncisão agora é apenas espiritual (circuncisão do coração), o que não deixa de ser uma verdade, exigem o pagamento de dízimos mas não aceitam que este também é apenas espiritual. Como entender isto? Sendo que a circuncisão foi um mandamento de Deus a Abraão por aliança perpétua, antes mesmo do tempo em que Moisés recebeu a lei.

A minha resposta à esta pergunta é muito simples: A aliança da circuncisão foi feita com Abraão e sua descendência; os israelitas, e não com os gentios.
Será que haveria algum proveito em exigir a circuncisão do cristão? Traria algum benefício econômico-financeiro para aqueles que pregam a doutrina da lei do dízimo? Creio que não.
Os gentios não são descendentes de Abraão segundo a carne, mas somente pela fé, portanto não estão debaixo da lei de Moisés.
Os gentios que aceitaram o evangelho da salvação, pela fé em Jesus Cristo, estão debaixo da graça de Deus e seguem a lei de Cristo, mas são considerados filhos de Abraão pela fé, por crerem em Jesus, como Abraão creu em Deus quanto ouviu o seu chamado pela primeira vez.

Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão. 
Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão (Gálatas 3:7-9).

Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça (Romanos 4:3-4).

E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus (Tiago 2:23).

A lei de Moisés vigorou somente no velho testamento, porque se o velho testamento precisasse ainda ser seguido, porque precisaríamos de um novo testamento?

Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João (Mateus 11:13).

Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar (Hebreus 8:13).

Mas os grandes teólogos, doutores em divindade, apóstolos, bispos, reverendos e  pastores de denominações religiosas, homens zelosos pela palavra de Deus, exegetas, hermeneutas, guardiões das santas leis de Deus e outros tantos mais;
Apoiam-se em doutrinas do velho testamento, coagindo o rebanho incauto a seguir seus próprios interesses (alguns com nobres intenções) usam a lei de Moisés como seu trunfo favorito, não abrem mão do livro de Malaquias:

Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. 

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes (Malaquias 3:8-10).

E esquecem que os sacerdotes do templo estavam roubando o dízimo dos trabalhadores levitas:

"Dou aos levitas todos os dízimos em Israel como retribuição pelo trabalho que fazem ao servirem na Tenda do Encontro. De agora em diante os israelitas não poderão aproximar-se da Tenda do Encontro, caso contrário, sofrerão as conseqüências do seu pecado e morrerão. É dever dos levitas fazer o trabalho na Tenda do Encontro e assumir a responsabilidade pelas ofensas contra ela. Este é um decreto perpétuo pelas suas gerações. Eles não receberão herança alguma entre os israelitas. Em vez disso, dou como herança aos levitas os dízimos que os israelitas apresentarem como contribuição ao Senhor. É por isso que eu disse que eles não teriam herança alguma entre os israelitas".
O Senhor disse depois a Moisés: "Diga o seguinte aos levitas: Quando receberem dos israelitas o dízimo que lhes dou como herança, vocês deverão apresentar um décimo daquele dízimo como contribuição pertencente ao Senhor. Essa contribuição será à do trigo tirado da eira e do vinho do tanque de prensar uvas.
Assim, vocês apresentarão uma contribuição ao Senhor de todos os dízimos que receberam dos israelitas. Desses dízimos vocês darão a contribuição do Senhor ao sacerdote Arão. E deverão apresentar como contribuição ao Senhor a melhor parte, a parte sagrada de tudo o que for dado a vocês (Números 18:21-29).

Precisamos entender a diferença entre as funções de Sacerdotes e Levitas, e da herança material deles no tempo da Lei de Moisés.
Mas também gostam de usar versículos isolados, fora do contexto, sem o mínimo conhecimento de hermenêutica, para justificarem a obrigação dos fiéis darem dízimo:

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas (Mateus 23:23).

Neste capítulo 23 do livro de Mateus, Jesus está censurando severamente os escribas e fariseus (eles estavam dando dízimos apenas de hortaliças, coisas mínimas, Deus ordenou que dessem dízimos de: grãos, frutos e gado), neste texto os chama em todo o tempo de hipócritas (fingidos) por não estarem cumprindo os mandamentos mais importantes da lei dada ao povo Hebreu por Moisés.

É só acreditar no que está escrito no velho testamento. O dízimo era retirado das colheitas e do rebanho de gado, ao censurar os fariseus, Jesus se refere aos dízimos de ervas aromáticas, por que será?.

Vejamos o que diz a lei de Moisés:

Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR.
Porém, se alguém das suas dízimas resgatarem alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela.  No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR (Levítico 27:30-32).

Estes escribas e fariseus tinham que dar o dízimo?

É claro que sim, pois estavam ainda debaixo da lei de Moisés, e estavam rejeitando Jesus e os seus ensinamentos, não eram dignos de receber a graça de Deus.

Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar.
Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais? (João 10:31-32).

Mas nós os que cremos no evangelho da graça de Jesus Cristo, não estamos debaixo da lei de Moisés, e sim da Graça de Deus, conquistada pelo sacrifício de Jesus na Cruz.

E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça. Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (João 1:16-17).

Outro versículo que os mesmos usam para justificar a obrigação do cristão dar o dízimo:

E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive (Hebreus 7:8).

Novamente um versículo isolado fora do contexto, o escritor de Hebreus estava neste capítulo esclarecendo exatamente as questões do velho testamento, que haviam sido substituídas pelo novo testamento.
Como já nos referimos a Melquisedeque no início deste estudo, neste capítulo na carta aos Hebreus, este sacerdote é citado como uma figura de Cristo.
Para entendermos melhor; Deus estava cumprindo em Abraão a promessa de abençoar todos aqueles que o abençoarem, estava agora dando o dízimo (dez por cento) para Jesus (Melquisedeque era uma figura de Cristo), o abençoador em questão, e também a Bíblia não diz que Abraão ficou com os 90%, pelo que parece ele os distribuiu aos seus companheiros:

E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti.
Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra,
Jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão;
Salvo tão-somente o que os jovens comeram, e a parte que toca aos homens que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte
(Gênesis 14:21-24).


Mas porque Deus faria isso? A resposta está nos seguintes versículos:

Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria? (Números 23:19).
Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo (2 Timóteo 2:13).

Sim, Deus não pode negar-se a si mesmo, ele prometeu abençoar todos que abençoarem Abraão, mesmo que fosse Ele próprio na pessoa do seu filho Jesus.

Que maravilha! O Deus que cremos e servimos é um Deus que não deixa de cumprir nenhuma de suas palavras, é fiel em tudo e podemos descansar nas suas promessas.

Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos (1 João 4:9).
Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente. Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo (Tito 2:11-13).

Deus não obriga ninguém a viver pela graça, mas quem não viver por ela terá que cumprir toda lei para alcançar a vida eterna.

Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído. Porque nós pelo Espírito da fé aguardamos a esperança da justiça (Gálatas 5:4-5).
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus (Efésios 2:8).


Não pretendo com este estudo, incentivar as pessoas a deixarem de contribuir com a obra de Deus, muito pelo contrário, entendo que tudo o que temos pertence a ELE, ou seja, 100% (CEM POR CENTO).

Veja a parábola dos talentos: 

Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.
E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.
Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.
Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.
Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.
E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.
Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.
Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes (Mateus 25:14-30).

Percebe? Quem recebeu cinco talentos devolveu dez talentos, quem recebeu dois devolveu quatro, ou seja cada um rendeu 100%.

Portando não podemos ser legalistas e pensar que podemos comprar Deus com 10% (dízimos) de nossa renda, ELE É DONO DE TUDO.
A obra de Deus precisa de muito mais de nós; Corpo, alma, espírito e também das contribuições financeiras. 
O preço da nossa alma já foi pago por Jesus lá na Cruz, quando derramou o seu sanque.

Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus (Mateus 5:20).

" DEUS AMA AO QUE DÁ COM ALEGRIA".

Não se escandalize, é só crer na palavra de Deus, esqueça a tradição religiosa;


Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; (Atos 17:30).

Aleluia!!! Glória a Deus!!! Amém!!!


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